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Paixão de Cristo

Santuário e Paróquia Nossa Senhora do Amor Divino

Dia 15.04.2022 – Sexta-feira da Paixão do Senhor

O Senhor nos convida a caminhar com Ele em direção ao topo do
Monte Calvário. E desse convite nos vem um questionamento: Como eu
estou seguindo o Senhor? Será que estamos seguindo como os discípulos,
participando dos mesmos sofrimentos e compadecidos da agonia do Senhor,
ou estamos seguindo como aqueles que escarneciam e O injuriavam?
Hoje Ele nos propõe a vida plena, vida essa que precisa passar pela
morte, não somente morte corporal, mas principalmente a morte do homem
velho em nós. Essa via começa com a obediência, que gera a humildade, que
por sua vez gera a pureza da alma. Com isso, o Senhor dirá a cada um de
nós: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei”.
Para nós, abraçar a Cruz é ter esperança na Ressurreição!

PRIMEIRA LEITURA (Is 52, 13-53,12)
Leitura do Livro do Profeta Isaías
13Ei-lo, o meu Servo será bem-sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau.
14Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo — tão desfigurado ele estava
que não parecia ser um homem ou ter aspecto humano —, 15do mesmo modo
ele espalhará sua fama entre os povos. Diante dele os reis se manterão em
silêncio, vendo algo que nunca lhes foi narrado e conhecendo coisas que
jamais ouviram. 53,
1
Quem de nós deu crédito ao que ouvimos? E a quem foi
dado reconhecer a força do Senhor? 2
Diante do Senhor ele cresceu como
renovo de planta ou como raiz em terra seca. Não tinha beleza nem atrativo
para o olharmos, não tinha aparência que nos agradasse. 3
Era desprezado como
o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos; passando
por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era, não fazíamos caso dele. 4
A verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo,
nossas dores; e nós pensávamos fosse um chagado, golpeado por Deus e
humilhado! 5
Mas ele foi ferido por causa de nossos pecados, esmagado por
causa de nossos crimes; a punição a ele imposta era o preço da nossa paz, e
suas feridas, o preço da nossa cura. 6
Todos nós vagávamos como ovelhas
desgarradas, cada qual seguindo seu caminho; e o Senhor fez recair sobre ele o
pecado de todos nós. 7
Foi maltratado, e submeteu-se, não abriu a boca; como
cordeiro levado ao matadouro ou como ovelha diante dos que a tosquiam, ele
não abriu a boca. 8
Foi atormentado pela angústia e foi condenado. Quem se
preocuparia com sua história de origem? Ele foi eliminado do mundo dos
vivos; e por causa do pecado do meu povo foi golpeado até morrer. 9
Deram-
lhe sepultura entre ímpios, um túmulo entre os ricos, porque ele não praticou o
mal nem se encontrou falsidade em suas palavras. 10O Senhor quis macerá-lo
com sofrimentos. Oferecendo sua vida em expiação, ele terá descendência
duradoura, e fará cumprir com êxito a vontade do Senhor. 11Por esta vida de
sofrimento, alcançará luz e uma ciência perfeita. Meu Servo, o justo, fará
justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas. 12Por isso,
compartilharei com ele multidões e ele repartirá suas riquezas com os valentes
seguidores, pois entregou o corpo à morte, sendo contado como um malfeitor;
ele, na verdade, resgatava o pecado de todos e intercedia em favor dos
pecadores.
— Palavra do Senhor.
Graças a Deus!

 

SALMO RESPONSORIAL (Sl 30)
Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.
— Senhor, eu ponho em vós minha esperança;/ que eu não fique envergonhado
eternamente!/ Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito,/ porque vós
me salvareis, ó Deus fiel!
— Tornei-me o opróbrio do inimigo,/ o desprezo e zombaria dos vizinhos,/ e
objeto de pavor para os amigos;/ fogem de mim os que me veem pela rua./ Os
corações me esqueceram como um morto,/ e tornei-me como um vaso
espedaçado!
— A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio,/ e afirmo que só vós sois o meu
Deus!/ Eu entrego em vossas mãos o meu destino;/ libertai-me do inimigo e do
opressor!
— Mostrai serena a vossa face ao vosso servo,/ e salvai-me pela vossa
compaixão!/ Fortalecei os corações, tende coragem,/ todos vós que ao Senhor
vos confiais!

SEGUNDA LEITURA (Hb 4,14-16; 5,7-9)
Leitura da Carta aos Hebreus
Irmãos: 14Temos um sumo sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o
Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos. 15Com
efeito, temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas,
pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado.
16Aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da graça, para
conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento
oportuno. 5
,
7
Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com
forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi
atendido, por causa de sua entrega a Deus. 8
Mesmo sendo Filho, aprendeu o
que significa a obediência a Deus, por aquilo que ele sofreu. 9
Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que
lhe obedecem.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!

EVANGELHO (Jo 18,1-19,42)
Explicação dos sinais:
N= Narrador; D= Jesus; L2= Mulher; L3= Simão Pedro; L4= Guarda; L6= Pilatos
T= Todos;
(Não se diz “Glória a vós Senhor”)
N. – Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo João — Naquele tempo,
1
Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia aí
um jardim, onde ele entrou com os discípulos. 2
Também Judas, o traidor,
conhecia o lugar, porque Jesus costumava reunir-se aí com os seus discípulos.
3
Judas levou consigo um destacamento de soldados e alguns guardas dos
sumos sacerdotes e fariseus, e chegou ali com lanternas, tochas e armas.
4
Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e
disse:
D. A quem procurais?
N. 5Responderam:

T.: A Jesus, o Nazareno.
N. Ele disse:
D. Sou eu.
N. Judas, o traidor, estava junto com eles. 6
Quando Jesus disse “sou eu”, eles
recuaram e caíram por terra. 7
De novo lhes perguntou:
D. A quem procurais?
N. Eles responderam:
T.: A Jesus, o Nazareno.
N. 8
Jesus respondeu:
D. Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que estes
se retirem.
N . 9
Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito: ‘Não perdi nenhum
daqueles que me confiaste’. 10Simão Pedro, que trazia uma espada consigo,
puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O
nome do servo era Malco. 11Então Jesus disse a Pedro:
D. Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me
deu?”
N . 12Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam
Jesus e o amarraram. 13Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de
Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano. 14Foi Caifás que deu aos judeus o
conselho: “É preferível que um só morra pelo povo”. 15Simão Pedro e um
outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do Sumo
Sacerdote e entrou com Jesus no pátio do Sumo Sacerdote. 16Pedro ficou fora,
perto da porta. Então o outro discípulo, que era conhecido do Sumo Sacerdote,
saiu, conversou com a encarregada da porta e levou Pedro para dentro. 17A
criada que guardava a porta disse a Pedro:
L2. “Não pertences também tu aos discípulos desse homem?”
N. Ele respondeu:
L3. “Não!”
N . 18Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira e estavam se
aquecendo, pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se. 19Entretanto, o
Sumo Sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e de seu
ensinamento. 20Jesus lhe respondeu:
D. “Eu falei às claras ao mundo. Ensinei sempre na sinagoga e no Templo,
onde todos os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas. 21Por que me
interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei; eles sabem o que eu
disse”.
N . 22Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estava deu-lhe uma
bofetada, dizendo:
L4. “É assim que respondes ao sumo sacerdote?”
N. 23Respondeu-lhe Jesus:
D. “Se respondi mal, mostra em quê; mas, se falei bem, por que me bates?”
N . 24Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás, o Sumo Sacerdote.
25Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe:
T. “Não és tu, também, um dos discípulos dele?”
N. Pedro negou:
L3.“Não!”
N.26Então um dos empregados do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem
Pedro tinha cortado a orelha, disse:
L2. “ Será que não te vi no jardim com ele?”
N. 27Novamente Pedro negou. E, na mesma hora, o galo cantou. 28De Caifás,
levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo. Eles mesmos não
entraram no palácio, para não ficarem impuros e poderem comer a páscoa.
29Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse:
L5.“Que acusação apresentais contra este homem?”
N. 30Eles responderam:

T.: Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti!
N. 31Pilatos disse:
L5. “Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei.” Os judeus
lhe responderam:
T.: Nós não podemos condenar ninguém à morte.
N. 32Assim se realizava o que Jesus tinha dito, significando de que morte havia
de morrer. 33Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e
perguntou-lhe:
L5. “Tu és o rei dos judeus?”
N. 34Jesus respondeu:
D. Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?
N. 35Pilatos falou:
L5. “Por acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a
mim. Que fizeste?”
N. 36Jesus respondeu:
D. O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os
meus guardas teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas
o meu reino não é daqui.
N. 37Pilatos disse a Jesus:
L5. “Então tu és rei?”
N. Jesus respondeu:
D. Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar
testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz.
N. 38Pilatos disse a Jesus:
L5. “O que é a verdade?”
N. Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus e disse-lhes:
L5.“Eu não encontro nenhuma culpa nele. 39Mas existe entre vós um costume,
que pela Páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos
judeus?”
N. 40Então, começaram a gritar de novo:
T.: Este não, mas Barrabás!
N. Barrabás era um bandido. 19,1Então Pilatos mandou flagelar Jesus. 2
Os soldados teceram uma coroa de espinhos e colocaram-na na cabeça de Jesus.
Vestiram-no com um manto vermelho, 3
aproximavam-se dele e diziam:
T. “Viva o rei dos judeus!”
N. E davam-lhe bofetadas. 4
Pilatos saiu de novo e disse aos judeus:
L5.“Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não
encontro nele crime algum”.
N. 5
Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto
vermelho. Pilatos disse-lhes:
L5. “Eis o homem!”
N . 6
Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a
gritar:
T.: Crucifica-o! Crucifica-o!
N. Pilatos respondeu:
L5. “Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime
algum”.
N. 7
Os judeus responderam:
T.: Nós temos uma lei, e, segundo esta lei, ele deve morrer, porque se fez
Filho de Deus.
N. 8
Ao ouvir estas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. 9
Entrou outra
vez no palácio e perguntou a Jesus:
L5. “De onde és tu?”
N. Jesus ficou calado. 10Então Pilatos disse:
L5. Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e
autoridade para te crucificar?

N. 11Jesus respondeu:
D. “Tu não terias autoridade alguma sobre mim, se ela não te fosse dada do
alto. Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior”.
N. 12Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam:
T.: Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz
rei, declara-se contra César.
N . 13Ouvindo estas palavras, Pilatos levou Jesus para fora e sentou-se no
tribunal, no lugar chamado “Pavimento”, em hebraico “Gábata”. 14Era o dia da
preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus:
L5.“Eis o vosso rei!”
N. 15Eles, porém, gritavam:
T.: Fora! Fora! Crucifica-o!
N. Pilatos disse:
L5. “Hei de crucificar o vosso rei?
N.” Os sumos sacerdotes responderam:
T.: Não temos outro rei senão César.

N. 16Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram. 17Jesus
tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado “Calvário”, em hebraico
“Gólgota”. 18Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e Jesus no
meio. 19Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e colocá-lo na cruz; nele
estava escrito: “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”. 20Muitos judeus puderam
ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da
cidade. O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego. 21Então os sumos
sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos:
T. “Não escrevas ‘o Rei dos Judeus’, mas sim o que ele disse: ‘Eu sou o Rei
dos Judeus’.
N. 22Pilatos respondeu:
L5. “O que escrevi, está escrito”.
N . 23Depois que crucificaram Jesus, os soldados repartiram a sua roupa em
quatro partes, uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida
sem costura, em peça única de alto a baixo. 24Disseram então entre si:
T. “Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será”.
N. Assim se cumpria a escritura que diz: “Repartiram entre si as minhas vestes
e lançaram sorte sobre a minha túnica”. Assim procederam os soldados. 25Perto
da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de
Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo
que ele amava, disse à mãe:
D. “Mulher, este é o teu filho”.
N. Depois disse ao discípulo:
D. “Esta é a tua mãe”.
N. Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. 28Depois disso, Jesus,
sabendo que tudo estava consumado, e para que a escritura se cumprisse até o
fim, disse:
D. “Tenho sede”.
N. 29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja
embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30Ele tomou o vinagre e
disse:
D. Tudo está consumado.
N. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
(Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa)

N. 31Era o dia da preparação para a páscoa. Os judeus queriam evitar que os
corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de
festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos
crucificados e os tirasse da cruz. 32Os soldados foram e quebraram as pernas de
um e, depois, do outro que foram crucificados com Jesus. 33Ao se aproximarem
de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34mas um
soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. 35Aquele
que viu, dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a
verdade, para que vós também acrediteis. 36Isso aconteceu para que se
cumprisse a escritura, que diz: “Não quebrarão nenhum dos seus ossos”. 37E
outra escritura ainda diz: “Olharão para aquele que transpassaram”. 38Depois
disso, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus – mas às escondidas, por
medo dos judeus – pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos
consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus. 39Chegou também
Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido de noite encontrar-se com Jesus.
Levou uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés. 40Então tomaram o
corpo de Jesus e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho, como os
judeus costumam sepultar. 41No lugar onde Jesus, foi crucificado, havia um
jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido
sepultado. 42Por causa da preparação da Páscoa, e como o túmulo estava perto,
foi ali que colocaram Jesus.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!